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segunda-feira, maio 31, 2010

Via Verde: Dracena Fragrans, A Bela da Tarde


Quando no título cito A Bela da Tarde, não quero falar sobre a bela do  filme estrelado por Catherine Deneuve. Também não falo da moça de domingo, que no "azul viajava", da canção de Alceu Valença. Não, não é La Belle de Jour; nem a bela infeliz do filme, entediada em seu casamento, nem a moça da tarde "de um domingo azul", "a moça mais linda de toda a cidade". 

Falo de minhas dracenas. 

Elas não se arrumam para saírem à tarde, igual a personagem do filme, nem para passearem na praia de Boa Viagem, feito a moça bonita de Valença, de "olhos azuis como a tarde". 

Minhas dracenas se enfeitam para ficarem. Ficam e dão um show de charme e de originalidade. 

De minha janela assisto todo o espetáculo, um show que se estende ao longo do dia. Pela manhã são simples cachos marrons, parecendo espinhosos, iguais aos dos pés de urucum*. Por volta do meio dia resolvem se enfeitar, lentamente, como não querendo mostrar de uma só vez toda sua delicada beleza. Seus cachos imitam cabelos cacheados e de marrons ficam, pouco a pouco, pintados de branco até a cor marrom quase desaparecer, escondida atrás de um manto de flores brancas. 

Minhas dracenas, parecidas com as belas do filme e da canção, são também vaidosas. Usam brincos. Brincos de ouro. Das pétalas-filamentos das flores brancas pendem discretos brincos de longe quase invisíveis. Brincos amarelos sol e ouro. 

São centenas de flores, pequenas e fragrantes, daí seu nome dracena fragrans

A explosão em flores continua até o anoitecer. À medida que o dia nasce, elas novamente se fecham. Seu perfume lembra o da flor dama-da-noite, porém mais suave. 

Confira as fotos que fiz no decorrer do dia. 

Pela manhã


Ao meio dia elas aumentam de tamanho, explodindo em flores no final da tarde...



Minhas dracenas me encantam tanto que inspiram versos. No embalo da canção e do filme, compare as fotos com os trechos de um poema que fiz enquanto admirava as belas de meu jardim: 

Dracena fragrans 


Simples e charmosas 

De jardins convidadas 

Folhas delgadas

Verde intenso, alongadas


Flores raras preciosas  

Nas manhãs, dengosas 

Tímidas 

Em cachos marrons escondidas 

Pompons de aconchego

E sossego


Nas manhãs, flores dormentes

Descanso de noites vagantes? 

(…)

Se me cacho em fechados cachos 

Em flutuantes balanços perfume lanço 


Sou da tarde bela visitante 

Da noite estrela fragrante


(Trechos do poema Dracena Fragrans, de Luísa Nogueira)



Cachos e mais cachos com pequenas flores brancas, no meio do verde intenso das folhas finas e alongadas. Atenção para os detalhes cor ouro nas pontinhas das flores. 


As flores brancas saindo aos montes de seus 'casulos' marrons




Dracena, dracena fragrans, coqueiro-de-vênus, pau d'água (Dracaena fragans). Família das liliáceas. O nome 'pau d'água' é devido à facilidade de seu tronco em brotar, mesmo cortado em pequenos pedaços. Coloca-se pedaços do tronco dentro de alguma vasilha com água** e logo estarão prontos para o plantio. É uma planta que atinge de 5 a 6 metros de altura, muito decorativa. É de fácil cultivo, não necessitando muitos cuidados. Há dracenas bicolores: suas folhas são amarelas no centro e verdes nas bordas. As minhas são somente verdes.

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Sobre o filme "Belle de Jour": Filme rodado na França em 1966, realizado por Luis Buñuel, cineasta espanhol naturalizado mexicano. Luis Buñuel: 1900 (Catalanda, Espanha) - 1983 (Cidade do México).

Trailer do filme La Belle de Jour: https://www.youtube.com/watch?v=gC1lO7lqMuw

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Canção La Belle de Jour, de Alceu Valença: https://youtu.be/l-FxY25lYzY

Sobre Alceu Valença: Um dos maiores compositores brasileiros, nasceu em Pernanbuco, em 1946. É também cantor, instrumentista e advogado. 
Composições: Morena tropicana, Tu vens, Anunciação, Girassol , entre muitas outras belas canções.

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* Urucum. Você conhece? Veja fotos das flores de urucum: https://www.luisanogueiraautora.com.br/2008/10/viaverde-16-flores-do-urucum.html

Colheita de urucum feitas em meu quintal (não economizei nas fotos rsrs. Mostro o pé de urucum, os cachos com as sementes, folhas, tudo: https://www.luisanogueiraautora.com.br/2008/10/viaverde-17-nosso-colorau-o-urucum.html

São quatro postagens com Urucum, entre elas uma com receitas e o modo de se fazer o óleo com urucum. Confira através do marcador urucum.


**Troque sempre a água para evitar o mosquito da dengue.

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quinta-feira, maio 27, 2010

Via Brasil: Novos Ângulos da Ponte JK






Ponte JK - Brasília - DF - Brasil


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quarta-feira, maio 26, 2010

Via Natureza: Que Pássaro é Esse?









Ele é grande, para um pássaro. O tamanho de sua calda é mais que o dobro de seu corpo e, quando aberta, fica como uma tesoura. Alguém sabe o nome desse lindo pássaro?

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Veja mais fotos de pássaros no post de ontem do blog coletivo Terra, aquele abraço!

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segunda-feira, maio 24, 2010

Via Verde: Esponjinha (2)







Esponjinha, esponja, manduruvá, quebra-foice (Calliandra brevipes). Família das leguminosas. Arbusto de até 2 metros. Fizemos essas fotos em Goiânia, no Parque Areião*, em abril último. Podemos vê-las em volta do Parque inteiro.

Em outubro de 2008, mostramos fotos de uma outra esponjinha, a Calliandra tweedii. Veja em Via Verde 10: Esponjinha. Dependendo da região, há variações no tamanho das plantas.
As esponjinhas são muito comuns no cerrado brasileiro. 


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*Veja sobre o Parque Areião e mais fotos em:
Parque Areião - Goiânia em nosso blog coletivo "Terra, aquele abraço".

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segunda-feira, maio 17, 2010

Via Verde: Cyclamen


Foi meu presente do Dia das Mães. Um pequeno vaso com lindas flores vermelhas. Ciclamem. E, como todo blogueiro que se preza, alguns dias depois fiz a 'sessão de fotos'. Aproveitei um momento descontraído em casa, quando minha filha estava admirando as flores. Depois fui pesquisar e descobri que suas flores, quando novas, parecem asas de borboleta. Observando as flores, percebi que tinham razão: as flores novas têm as pétalas voltadas para cima, ficando mesmo parecidas com borboletas. Descobri mais: que seus botões parecem cisnes. E não é que é verdade?  Vejam as fotos e comprovem.



Asas de borboleta


Cisnes




Cyclamen, ciclamem, ciclame (Cyclamen persicum). Família das primuláceas. Apesar de preferirem a primavera e o verão, as flores do ciclamem podem enfeitar nossos jardins durante o ano todo.
Suas flores aparecem nas pontas de longas hastes. Há uma variedade de cores: vermelha, rosa, roxa e branca. É também chamado de violeta-dos-alpes, ciclame-de-alepo e ciclame-da-pérsia. Suas flores, como mostram as fotos, parecem pintadas. É como se seu verde escuro tivesse sido clareado, formando manchas mais claras. Tanto suas flores como suas folhas são bastante decorativas. No site Jardim das Flores* podemos ler sobre o ciclamem:
"As flores do ciclame apresentam um formato bem original: as pétalas se distribuem nas pontas das hastes de forma que lembram as asas acetinadas das borboletas. Quando fechadas em botão, a flor, em conjunto com a haste, forma o desenho característico de um cisne, com um longo pescoço e o bico voltado para baixo. A folhagem também é muito ornamental e continua bonita mesmo depois que as flores acabam. As folhas, num tom verde intenso, apresentam manchas esbranquiçadas, resultando num efeito marmorizado.
Recebendo os cuidados adequados, o ciclame pode durar muito tempo:

* Coloque o vaso num local ventilado, mas sem ventos fortes, onde possa receber a luz solar da manhã;

* Ciclames não suportam umidade e calor excessivo;

* Nos meses frios, irrigue a cada 3 dias ou quando estiver excessivamente seco;

* Assim que as flores murcharem e caírem, retire as hastes, puxando-as para cima. Recomenda-se não deixar as hastes apodrecerem, pois podem prejudicar a folhagem;

* Para estimular novas florações, aplique a cada 3 meses um fertilizante líquido, seguindo as orientações da embalagem."



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* http://www.jardimdasflores.com.br


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quinta-feira, maio 13, 2010

Via Animais de Estimação: Teca, uma Cadelinha Sapeca



Na primavera passada, em uma manhã de sol, fazendo uma caminhada, vi algumas pessoas em volta de um bebê chorão. Na verdade, o bebê era uma cadelinha e seu 'choro' era de fome e de frio. Ela tinha sido encontrada na rua, dentro de uma caixa e não parava de chorar, apesar de já lhe terem dado um pouco de leite e a agasalhado. Pegando-a em meus braços, ela imediatamente parou de choramingar. Tinha mais ou menos um mês. Fiquei indecisa se a levava para casa. Meu medo era em relação à nossa enorme cadela pastor-alemão. E a 'chorona' era bem pequenininha. Tão pequena que o berço improvisado que lhe demos - uma caixa de sapatos - ficou bem grande para seu corpinho miúdo.



No dia seguinte começamos a colocar Teca - foi o nome que minha filha lhe deu -  perto da Aícha, a grandalhona. Para nossa surpresa, Aícha não a ameaçava, apenas se afastava, como se estivesse 'indiferente' com a presença da 'intrusa'. Pouco a pouco Aícha começou a cheirá-la e em uma semana já era sua amiga. Daí para adotar a pequena, que nessas alturas já tinha conquistado todos com suas travessuras, foi bem simples: parecia que era sua mãe, protegendo-a de tudo.



Assim, Aícha ganhou uma filhotinha, que faz dela gato e sapato. Morde suas patas, pega 'carona' em suas corridas agarrada a seu rabo, sobe em suas costas e dorme ao seu lado, bem encostadinha. E nós? Bem, com as travessuras de Teca, nossa casa ficou muito mais divertida.








Para vocês, dias também divertidos com seus animaizinhos de estimação.

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Este post é dedicado às crianças de Aldeia da Serra e seus animais de estimação. Eles estão bravamente defendendo um lago por onde passeiam. Vejam em:
http://sousofia.com.br/
http://migre.me/Awjj
http://www.abraceolago.wordpress.com/
www.adequacao.com.br/blog

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Gosta de cães e gatos? Veja mais posts através do marcador Via Animais de Estimação.

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domingo, maio 09, 2010

Via Vida: Para Minha Mãe, a História de Uma Gotinha

História de uma Gotinha*

"Mar imenso... Quietude perene... Movimento eterno...
Permite que eu suba do teu seio e aos ares me erga - levíssima!...
Raio solar, vem cá!, ajuda-me a subir. Empresta-me esse fiozinho dourado...
Oh maravilha! Vou subindo, subindo - feito esbranquiçado vapor...
Alto, sempre mais alto - por cima das grimpas da selva, por cima dos cumes dos montes...
Ah! Quão grande é o mundo! Quão azul é o espaço!...
Que é isso? Um sopro de ar que me empolga...
Um vento me arrebata...
Lá vou eu, minúscula gotinha, sobre as asas das brisas, associar-me a muitas irmãs...
Formamos um Estado, uma República de gotas - uma nuvem...
Perdemos de vista o mar e a praia e os rochedos - e tudo...
Corremos por cima de selvas imensas, de montes altíssimos. Semanas a fio -  de dia e de noite...
Até que, por fim, à falta de auras, paramos por cima de vastas planícies...
De súbito nos rompe do seio centelha vivíssima - e surdo trovão desperta ecos soturnos no recôncavo da serra...
Tamanho foi o abalo do feroz estampido que tombei das alturas - e milhares de irmãs comigo tombaram...
Alagamos florestas, pomares, jardins - saciando  a sede de seres sem conta.
E fomos correndo, correndo, sem nunca parar - sem saber para onde...
Sempre de cima para baixo - nunca de baixo para cima - porque perdemos as asas...
As asas invisíveis que o sol nos tecera...
De todos os lados nos vêm contingentes, pequenos e grandes, sócios de viagem...
Eis que de súbito se abre ante nós planície imensa - o mar!
Lancei-me em seus braços - afundei-me em seu seio...
Contei-lhe as mil aventuras que na longa jornada tivera...
E preparei-me para nova viagem...
Oh! vida ditosa! Andar pelo mundo espargindo benefícios - Regressar à origem colhendo energias - e novos benefícios difundir!...

***

Tal é teu destino, minh'alma, no mundo dos homens - gotinha minúscula...
Tépidos bafejos de raios divinos te ergem do seio das vagas... Em asas etéreas...
Auras benignas te tangem pelo mundo das almas...
Vínculos de amor te unem a outras gotinhas.
Um raio, um trovão, um grande abalo - e desces, gotinha cristalina, sobre as almas humanas...
E retornas ao seio do mar - buscar novas forças para novo trabalho...
Asas etéreas - para nova viagem...
Gotinha de Deus..."

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*ROHDEN, Huberto. De Alma para Alma, Editora Martin Claret, São Paulo, 2001, 20ª edição, pp. 189-191.

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quarta-feira, maio 05, 2010

Via Verde: Amora-do-mato - 1




Amora-do-mato, amora-preta, moranguinho (Rubus rosaefolius). Família das rosáceas. Arbusto espinhoso, pode atingir até 2 metros. O cacho de amoras da foto ainda não está bom para consumo. Quando maduros, os frutos ficam de cor preta. Fico devendo mais fotos; o que posso adiantar é que são deliciosos!

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