terça-feira, março 12, 2024

O que aprendi com Brigitte

 

Brigitte Bardot, fotos da internet

Aprendi envelhecer sem medos, sem constrangimentos, sem preconceitos tolos sobre idade. Nós, mulheres, crescemos em um sistema machista extremamente perverso, onde medo, constrangimento e preconceito são a tônica do meio onde vivemos. Em tudo e em todos os lugares. Mulheres são mulheres enquanto pele e corpo têm a vitalidade dos vinte, trinta anos. Depois, “é uma velha”, “ela já foi bonita, agora está velha”, ou seja, o conceito de mulher atrelado à juventude, a estar ou não jovem, a ser ou não ‘bonita’. 

Um fato recente, muito comentado na internet, foi sobre algumas barbaridades ditas por um homem de 50 anos, com um corpo que, se fosse de uma mulher, seria classificado com alguma palavra de baixo nível por machistas iguais a ele. Falo do cantor Rodriguinho. Ele disse sobre o corpo de uma jovem de 35 anos, a Yasmin Brunet, em um programa de entretenimento: “já foi melhor, mas tá bem bonita ainda” (…) “Você percebe que ela está mais velha, que ela largou a mão aqui. Hoje, ela comeu dois pacotes de bolacha com requeijão inteiros”. Veja, “tá bonita AINDA”. Uma moça de apenas 35 anos, repito. E o macho ainda se acha no direito de supervisionar o que a menina come ou deixa de comer. 

 

As mulheres deste século começam a acordar, deixando de lado a ‘opinião’ de pessoas que se colocam no mundo como se fossem o último pé de pitanga. Se ao menos se enxergassem como pé de pequi! 

 

Mas, voltando ao começo, quero falar de nosso envelhecimento. Temos o direito de envelhecer com dignidade, com respeito e ao nosso modo? Nós, mulheres, somos ou não somos donas de nosso próprio corpo? Ora, “tinjo MEU cabelo pra mim mesma ou para o (O) outro?”, “Faço botox, coloco silicone aqui e ali?” para satisfazer o desejo dos inconsequentes que deveriam ser nossos companheiros? Nossos questionamentos deveriam ser: Seriam eles extraterrestres de visita à Terra? Apenas nós, mulheres, envelhecemos? Na passagem - sim, é uma passagem - pelo percurso do nascimento à morte, somos diferentes em quê? Nossa pele se dobra e a deles não? Nossa circunferência abdominal fica rechonchuda e a deles não? Os cabelos dos machos não ficam tão brancos quanto os nossos? 

 

Como seria bom compreender que nosso bem-estar é mais valioso que conceitos ultrapassados de quem não se olha no espelho. Que devemos jogar fora preconceitos arraigados – impostos por aqueles que desejam dominar e se autoproclamam donos dos corpos que todos e todas deveriam reverenciar Em uma crônica de 2018 eu disse e continuo dizendo: “Somos o útero do mundo”. Somos nós que procriamos, criamos e educamos seres humanos. Portanto, vamos tentar seguir sem dar ouvidos às imbecilidades daqueles sem muita capacidade cognitiva? - ao menos tentar, porque é na tentativa de acertar que conseguimos equilíbrio e ficamos firmes, em pé e de pé. Sem olhar para cima, nem para baixo, mas na direção do horizonte. Um horizonte promissor a todas e todos (tod@s) que se despirem das tolices impostas por uma estrutura social antiquada, enraizada desde os tempos das cavernas. 

 

Brigitte Bardot, uma mulher que abandonou fama e sucesso para viver sua própria vida, sem medo de ser feliz, é minha inspiração. Hoje e sempre ativista pela causa dos animais, ela segue firme, fazendo o que sempre quis, tendo a felicidade como meta. 

 

PS: Não estou falando sobre HOMENS. Todos merecem nosso respeito. Falo de machos, aquela espécie que se sente superior e que, na verdade, não passa de espermatozoide nascido com cérebro em desequilíbrio. 

 

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Em tempo: No paredão de hoje, deste BBB 24, minha torcida é para a sagacidade do Davi e sua coerência no jogo. Penso que Yasmin errou quando se deixou envolver com intrigas de ‘gatilhos’ maldosos.

  

Ilustração deste post: Fiz uma colagem com fotos da internet de Brigitte Bardot jovem e Brigitte Bardot com 89 anos. Em setembro ela completa 90 anos bem vividos.  


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#lu_inog

#naturezaemfotosluisan

domingo, janeiro 01, 2023

Feliz 2023 com poesia e informação

 


Olhos Presentes   

 

Minha poesia não veste roupas de princesa

Não é feita de mistérios 

Nem de ilusão ou ficção 

Minha poesia tem as vestes das ruas

Evidências transparentes

Realidades sem disfarces  


Minha poesia tem olhos presentes 


Minha poesia nasce da terra

Do suor que brota da terra 

Cansaço quebrado

Estrelas do amanhecer

Sol do meio-dia 

Frescor e calor 

Nas mãos, no corpo, na alma


Minha poesia é feita de dor 

Da dor de gente 

Gente oprimida

Reprimida

Da dor de vidas nas calçadas

De quem tem fome

De quem já não crê


Poesia trançada com sonhos

Lutas e vitórias 

Tristezas e alegrias 

Poesia das ruas 

Das calçadas 

Dos campos 

Poesia viva, concreta, real


Minha poesia é para você

Ela é você 

Você esperançou e acreditou 

Semente, flor e fruto

Colheita 

De esperança e fé 

(Luísa Nogueira)


Nota: Escrevi “Olhos Presentes” em 2022. Hoje, 1° de janeiro de 2023, eu o reescrevi com os olhos voltados para um amanhã cheio de esperança. 


Dedico a todos, todas e tod@s, em especial às ONZE MULHERES MINISTRAS* do governo da esperança de Luiz Inácio Lula da Silva:


Marina Silva, MINISTRA DO MEIO AMBIENTE. Deputada Federal (Rede), ambientalista e historiadora.


Nísia Trindade, MINISTRA DA SAÚDE.  Presidenta da Fiocruz desde 2017 e socióloga. Professora da Casa de Oswaldo Cruz e do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), doutora em Sociologia, mestra em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/ 1980). 

Sonia Guajajara, MINISTRA DOS POVOS INDÍGENAS. Deputada Federal (Psol) e educadora.


Margareth Menezes, MINISTRA DA CULTURA. Cantora baiana, compositora, referência para a música brasileira, é fundadora do selo Estrela do Mar Records e da Associação Fábrica Cultural. Tem vários álbuns lançados e indicações ao Grammys, além de inúmeras turnês internacionais.


Simone Tebet, MINISTRA DO PLANEJAMENTO. Senadora (MDB) e advogada.


Cida Gonçalves, do MINISTÉRIO DA MULHER. Foi secretária nacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher e ajudou a fundar a Central dos Movimentos Populares no Brasil.


Anielle Franco, MINISTRA DA IGUALDADE RACIAL. Diretora do Instituto Marielle Franco. Jornalista, doutoranda, graduada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Jornalismo pela Universidade Estadual da Carolina do Norte.


Esther Dweck, MINISTRA da GESTÃO E INOVAÇÃO EM SERVIÇOS PÚBLICOS.  Economista, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuou no Ministério do Planejamento.


Luciana Santos, MINISTRA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Vice-governadora de Pernambuco (2018-22), ex-secretária estadual de Ciência e Tecnologia, Presidenta do PCdoB e ex-Deputada Federal. Engenheira elétrica formada pela Universidade Federal de Pernambuco.


Ana Moser, MINISTRA DO ESPORTE. Ex-jogadora de vôlei, medalhista olímpica, participa da ONG Atletas pelo Brasil. 


Daniela Moté de Souza Carneiro, MINISTRA DO TURISMO. Deputada Federal (União) e pedagoga.


*Pesquisei sobre as ministras do governo Lula nos sites https://revistaforum.com.br https://pt.org.br 

www.correiobraziliense.com.br


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